terça-feira, 27 de maio de 2008

Dogville


Após indicação de uma amiga e um domingo tedioso, calhou-me alugar esse filme. Até então desconhecia em partes a profundidade da história, graças a sua não-divulgação em veículos de massa. Não me arrependi de ter gastado mô nota na locação pois posso dizer, audaciosamente, que entrou no hall de filmes preferidos e que recomendo.

Logo de cara tive uma surpresa: a ausência de cenário. A cidade, as casas, as árvores e até o cachorro Moisés são desenhados como que com giz, feito a amarelinha das brincadeiras de crianças. No começo estranhei e até achei desinteressante, porém logo que me acostumei fiquei vidrado na história e, como que por consenquência, os personagens ficaram bem mais esféricos do que planos.

A principal personagem, Grace, chega a uma cidade muito pequena chamada Dogville (15 habitantes) fugida de gângsters, e pede ajuda para se esconder. Cercada de desconfiança pelos habitantes encontra em Tom seu único defensor.

O pseudo-filosofo Tom vê em Grace um exemplo perfeito para comprovar sua teoria e convence a cidade a lhe dar 2 semanas para a garota provar que é "de confiança".

Com pequenos serviços "que não precisam ser feitos", Grace vai ganhando a confiança dos moradores. Entretanto, as coisas mudam com a visita da polícia a cidade. Os pequenos serviços se tornam cada vez mais exaustivos e humilhantes para Grace. Com medo de ser delatada, suporta tudo num regime que já pode ser considerado escravo.

A história se desenrola com estupros, mentiras, egoísmo, traição, arrogância, etc. numa crítica muito ácida aos seres humanos, que agem como cachorros conforme o meio e a situação em que estão.

O filme-teatro é estrelado por Nicole Kidman e dirigido por Lars von Trier. Com espaço físico nos EUA, é universal, pois o principal na história não é onde e sim porque e como as persogens agem.
E cenário "avulso" estimula a criatividade e alavanca uma interatividade dos fatos que acontecem em todas as casas ao mesmo tempo.
As pessoas abrindo a porta é o melhor, hilário.

Obrigado Teca pela recomendação!


(obs.: A Nicole tem plenas condições de fazer uma personagem na qual eu me apaixonaria sem hesitar, rsss)